Começa hoje aqui no Blog uma nova coluna mensal, escrita pelas Psicólogas Paola Richter e Natana Consoli chamada Papo de Psicóloga, onde vamos abordar diversos assuntos relacionados a família, filhos e relacionamento sob um olhar de especialistas! Nosso primeiro assunto está mega interessante, bora conferir?

 

A chuva já cai lá fora, e nós aqui de dentro, temos o privilégio de observar em nossa sala de espera, uma criança brincando com sua avó, de cavernas feitas de casacos, ao som de Patáti e Patatá no celular, que alegrava o ambiente ainda mais, e nos colocamos a pensar sobre a incompatibilidade dessa geração de adultos e das necessidades da infância. Uma criança precisa de tranquilidade, tempo e paciência. O adulto de hoje precisa de agilidade e se não for pedir demais, algumas horas a mais durante o dia para dar conta de tudo!

Uma jornada de trabalho de no mínimo oito horas diárias, uma hora para o almoço, minutos ou horas perdidos dentro do carro com deslocamento, uma passada no supermercado para as compras, aquela arrumadinha na casa necessária, banho, janta, material planejado e organizado para o próximo dia, uma conferida na caixa de e-mails, agenda do filho assinada, uniforme limpo, pediatra e dentista em dia, fotos do mês agendadas, presente para o aniversário do amigo no fim de semana comprado,  aquele trabalho extra que seu chefe solicitou concluído e… Ufa! Cansamos!

Concomitantemente corre pela casa uma criança cheia de vida e energia, que brinca, pula e bagunça! Como assim bagunça¿ Você corre o dia todo, chega cansado e tudo o que você NÃO deseja é mais coisas para guardar, enquanto que tudo o que seu filho deseja é encontrar mais uma caixa de brinquedos para virar no meio da sala que você acabou de limpar, para novas descobertas!

Não bastasse isso, seu filho está naquela fase de querer jantar sozinho, vira a comida na mesa, sujar a toalha e a roupa. Depois disso, hora do banho! Você está cansado e ele está com sono. Porém, ele acredita que já consegue tomar banho sozinho. Você está com pressa e acha que ela ainda não tem habilidade suficiente para se limpar bem sem a sua ajuda e, além disso, banho sozinho vai demorar muito mais tempo. Dada a largada de uma birra.

Depois desse dia cheio, hora de dormir aquelas oito horas que, dizem os especialistas, é necessária para ter uma vida saudável! Duas horas depois a sua cama vira um acampamento familiar, onde se encontram todos os membros da casa, lembrando que o espaço maior é para o pequeno, mesmo que ele seja o menor e teoricamente deveria ocupar menos espaço que os demais.

Despertador toca e a maratona começa, mais uma vez. Enquanto nós, adultos, iniciamos o dia determinados a conquistar o mundo para dar o melhor para os filhos, os dias passam e a infância deles se vai… E não volta! Vivemos hoje a geração da pressa e em função disso acabamos apressando as crianças também, fazendo coisas simples por elas, porque não temos tempo de esperar que elas mesmas realizem. Curtindo pouco as descobertas com eles, porque nossa agenda está sempre cheia demais e vamos deixando para brincar depois ou amanhã, na falsa promessa a nós mesmos, que teremos tempo.

Aquele menino que brincava de caverna com casacos, um dia vai crescer, vai ter horários para tudo, vai ter cobranças da escola, da faculdade, do chefe. Nesse dia, talvez você esteja se aposentando e diminuindo o ritmo de trabalho, consequentemente, terá mais tempo livre, mas a casa não terá mais o som animado das musicas infantis e nem caixas de brinquedos espalhadas pela sala.

Aproveite a infância do seu filho, não o contagie com a pressa do mundo dos adultos. Admire a tranquilidade e o tempo que ele leva para caminhar, concertar um brinquedo ou colocar o pijama. Permita-se ter tempo para rir quando ele estiver sentado no chão tentando acertar o tênis no pé. Tire um tempo para contar uma história enquanto ele aprende a levar a comida do prato até a boca. Sente no chão com ele e observe quantas coisas novas ele aprendeu de uma semana para a outra. Viva a magia da infância, ela passa. Tão depressa quanto a sua pressa.

 

Tem algum assunto que gostaria de ver em nossa coluna? Escreva pra gente, sugestões são sempre bem-vindas!

 

psicologasPaola Richter é Psicóloga, Psicoterapeuta de crianças e adolescentes. Natana Consoli é Psicóloga, Psicoterapeuta de adultos, casais e famílias e ambas fazem Avaliação psicológica e prestam Assessoria psicológica em Instituições de educação Infantil. Possuem a página E aí Psi? no Facebook e Instagram para compartilhar curiosidades, dicas e problematizar as dúvidas mais frequentes do dia a dia dos pequenos!

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2 respostas para “A infância e uma geração de adultos sem tempo: uma fase da vida que não volta”

  1. Patrícia disse:

    Amei o texto.. Foi a primeira vez que passei aqui pelo blog… Te sigo em outras redes sociais… E como gostei compartilhe no meu Facebook para que minhas amigas e colegas também leiam a coluna… Um super beijo e sucesso…

  2. Francini disse:

    amei a nova coluna. Eu mesma sou cheia de dúvidas sobre como educar os filhos do jeito certo. E no primeiro texto já senti o puxão de orelha rs. Tenho um enteado que mora conosco, ele já é adolescente, mas muitas vezes acho que com o tempo corrido falta tempo para ficar com ele, fazer algo em família, e ele cobra, viu? Planejo ter filhos daqui alguns anos, mas fico pensando se vou dar conta, se é tão difícil arranjar tempo para um adolescente, imagina para um bebê que precisa de nós para tudo?

    http://espeloteadaepatricinha.blogspot.com.br

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